Tendinite Patelar


Qual é a definição?
Tendinopatia patelar é um quadro clínico caracterizada por dor no pólo distal do patela ou no tendão patelar próximo de suas inserções ósseas. A dor é geralmente atividade-dependente principalmente relacionada a movimentos de salto e aterrisagem. Também conhecido como “joelho do saltador"

Qual a prevalência?
Presente em cerca de 8,5% em atletas amadores. Jogadores de voleibol, handebol e basquete têm mais freqüentemente tendinopatia patelar (11,3% a 14,4%) do que jogadores de futebol (2,5%).

Por que surge?
Os fatores risco são: sobrepeso, pé plano, discrepância de membros inferiores, encurtamento de quadríceps e isquiotibiais e fraqueza do quadríceps. Em relação a patela, quando esta é alta e hipomóvel também há maior taxa de sobrecarga do tendo patelar. Além destes fatores de risco citados, predispõe a tendinopatia patelar fatores relacionadas a prática de atividade física, como freqüência e intensidade de treinos.

Quais os sintomas?
Dor ao longo do tendão patelar, principalmente no polo inferior da patela ou na região do tendão próximo a sua inserção óssea. A dor é relacionada a atividade principalmente quando se inicia uma atividade que sobrecarregue o tendão patelar. Em casos mais avançados, pode ocorrer inclusive em repouso.

Qual o quadro clínico típico?
Paciente jovem que realiza atividades de sobrecarga do tendão patelar (ex: saltos) com dor no tendão.

Como se faz o diagnóstico?
Diagnóstico é clínico. Exames de imagem apenas indicados na refratariedade. Ultra-som e Ressonância Nuclear Magnética avaliam sinais inflamatórios a nível do tendão.

Como tratar?
Fortalecimento:
O cerne do tratamento da tendinopatia patelar é o fortalecimento excêntrico do quadríceps. Este é o único tratamento com forte evidencia cientifica de melhora para tendinite patelar. Este exercício gera um pouco de desconforto, mas, mesmo com dor, deve ser realizado.
Retirada de fator desencadeante:
Paciente deve ser retirado de atividades que sobrecarreguem o tendão patelar, mais notadamente atividades de salto e aterrissagem (ex: esportes com tais atividades)

Medicações analgésicas/anti-inflamatórias e fisioterapia:
Atuam no controle da dor aguda. Não tem benefícios a médio e longo prazo.
Infilitração com corticosteróides:
Tem efeito a curto prazo, com melhora sintomática inclusive com melhora no aspecto do exame de imagem no primeiro mês de tratamento. No entanto, não tem efeito após 4-6 semanas e tem o risco potencial de facilitar a uma possível ruptura do tendão patelar se usado excessivamente.

Terapia de Ondas de Choque (TOC):
Estudos revelam resultados promissores com a TOC para tendinopatia refratária ao tratamento clínico inicial convencional. No entanto, esse promissor tratamento precisa ser comprovado com estudos com grau de evidência maior.
Atualmente, utilizado como tratamento de referecia para tendinopatia grave e refratária.

Tratamento Cirúrgico:
Tratamento de excessão. Menos de 10% dos casos necessitam cirurgia. Indicação é ausência de melhora com todos os métodos conservadores. Cirurgia consta de limpeza do tecido doente seguindo de resseccao de parte do polo distal da patela com microperfurações na patela para estimular a cicatrização local.